segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Amarás o Senhor teu Deus de todo coração e ao próximo como a ti mesmo. (Mt 22, 34 – 40)

Ser Cristão supõe colocar DEUS no centro de nossas vidas, e , se amamos a Deus conseqüentemente o amor aos irmãos será concreto (realidade). Amar ao próximo como a ti mesmo, não faço ao outro o que não gostaria que fizessem comigo. Onde existe o amor Deus aí está (reza um mantra católico).

Atualmente assistimos a uma sucessão de escândalos no SENADO BRASILEIRO. Em qualquer outro lugar certamente não passaria impune como no Brasil. Atos secretos, vieram a tona depois de anos de execução, cobrindo falcatruas, emprego de familiares entre outras. Certamente não há amor ao próximo nestes atos, a não ser aqueles próximos dos quais não se trata o evangelho (os ricos, privilegiados e fartos). Impressionante que nossa sociedade, influenciada por alguns meios de comunicação, repudia imediatamente os crimes dos mais pobres e na sua grande maioria, negros. Estes rapidamente são encarcerados e punidos, na grande maioria sem nenhuma condição de recuperação ou reeducação como dizem atualmente, inclusive, recentemente até na alimentação o Estado estava se omitindo, mas graças a Deus o problema foi resolvido.

Não queremos esconder os crimes dos pobres e nem ao menos liberá-los da correção necessária. O que questionamos é a medida do critério utilizado para uns e para outros. O SENADO brasileiro que deveria ser lugar do exemplo e referência de ética para todos nós se torna lugar de escândalo, impunidade e baixarias. Não seriam os pobres violentos (os chamados problemas sociais) antes violentados na sua dignidade e respeito à vida? Quantos crimes não são cometidos por aqueles que desviam dinheiro público. Verbas que poderiam construir moradias, investir em vacinas, saúde, educação, cultura, alimentação, são alienadas em benefício próprio, ou seja, alguns ganham e uma grande maioria sempre perde. E a punição. FOI ARQUIVADA.

Somente nós podemos mudar essa situação através das eleições, do seu (nosso) voto. Não podemos repetir aqueles que hoje estão nos envergonhando. E além do voto é necessária a participação, é preciso cobrar e acompanhar aqueles que nós elegemos. Será que nós lembramos em qual senador votamos pela última vez?

Outra questão, é que muitos poderão se perguntar. Mas o que tem a ver política com igreja? O evangelho que citamos acima nos responde: amarás o Senhor teu Deus de todo coração e ao próximo como a ti mesmo. No evangelho de João (10,10) Jesus afirma: Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância. As muitas curas, milagres, multiplicação dos pães realizadas por Jesus mostra-nos claramente que ele rejeita toda e qualquer forma de agressão a dignidade humana e por isso cura, toca, acolhe e ama a todos. A política, segundo a DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA CATÓLICA, pode ser um instrumento privilegiado para a CARIDADE, a forma mais sublime do amor, expressão da nossa fé. A igreja, no dizer do Papa Bento XVI, e da Conferência de Aparecida não assume um partido político, ela trabalha e vai sempre valorizar todos aqueles que se dedicam com amor a esse ofício, fazendo da Política um instrumento para o bem comum.
Assinala o Documento de Aparecida No.77 “ Cabe assinalar, como grande fator negativo em boa parte da região, o recrudescimento da corrupção na sociedade e no Estado, envolvendo os poderes legislativos e executivos em todos os níveis, alcançando também o sitema judiciário que, muitas vezes, inclina seu juízo a favor dos poderosos e gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições públicas e aumenta a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo desprezo pela legalidade. Em amplos setores da população, e especialmente entre os jovens, cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia, pois as promessas de uma vida melhor e mais justa não se cumpriram ou se cumpriram só pela metade. Nesse sentido, esquece-se de que a democracia e a participação política são fruto da formação que se faz realidade somente quando os cidadãos são conscientes de seus direitos fundamentais e de seus deveres correspondentes.”

Concluindo não podemos usar destas mazelas para o nosso desespero ou acomodação, nem ao menos generalizar como se todos fosse “farinha do mesmo saco”. Existem bons políticos que precisam ser valorizados e acompanhados por todos nós. Quanto à punição dos maus, somente nós poderemos fazê-lo com a força do voto, está em nossas mãos, não esperemos que eles mesmos o façam por nós.

Onde existe o amor Deus aí esta!

Pe. Jésus Cristiano Arantes
Pároco Solidário Paróquia N. Sra. da Penha – Resende Costa.

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